segunda-feira, 19 de novembro de 2007

'Júlio Verne, A Ciência e o Homem Contemporâneo'

Acabou de ser lançado em português, e pela editora brasileira Bertrand, um novo livro sobre Verne escrito por Michel Serres.

Chama-se "Júlio Verne - A Ciência e o Homem Contemporâneo"!



Sinopse:
"Júlio Verne - A Ciência e o Homem Contemporâneo", é um diálogo entre Michel Serres e Jean-Paul Dekiss que conduz o leitor num passeio pela obra do autor de Vinte Mil Léguas Submarinas. Os romances de aventuras destinados à juventude, pela mão de Serres, vão-se tornando verdadeiras obras de crítica da cultura. A análise da obra de Verne dá a oportunidade de pensar sobre o mundo contemporâneo, sobre o antagonismo que há muito opõe a ciência e a literatura e sobre o cidadão que queremos formar. Serres é autor também de Hominescências, Os Cinco Sentidos, Notícias do Mundo, Variações Sobre o Corpo e O Incandescente. "Com muito talento, Júlio Verne tentou um golpe admirável, uma viagem extraordinária: tornar a ciência cultural", escreve Serres. "Ele conta que as ciências fazem parte da formação cultural como as rochas colaboram, em parte, para a formação da crosta terrestre. A escotilha de Nemo mostra, como uma tela, que a oceanografia permite ver melhor a beleza do mar. Quanto a nós, filósofos, políticos, administradores etc., não conseguimos tornar cultural a ciência contemporânea. Daí um afastamento, uma dilaceração dramática. Um rumor social crescente a recusa. Entre nossos saberes, nossos meios e a cultura, a tensão aumenta. A cultura se afasta da pesquisa. Isso é preocupante. Perdemos uma via na qual Júlio Verne mostrou que poderíamos ter nos embrenhado? Nós não a seguimos, e a universidade formou, como eu disse, literatos cultos mas ignorantes, ..."

Não terá data nem se sabe se será lançado em Portugal.
Podem fazer a vossa compra no site Siciliano.

2 comentários:

Carlos Patrício disse...

Parece ser um interessante estudo filosófico sobre o impacto das "Viagens Extraordinárias" no campo da cultura e formação intelectual do Homem moderno.

Gostei particularmente desse trecho aqui:

" Com muito talento, Júlio Verne tentou um golpe admirável, uma viagem extraordinária: tornar a ciência cultural", escreve Serres. "Ele conta que as ciências fazem parte da formação cultural como as rochas colaboram, em parte, para a formação da crosta terrestre. A escotilha de Nemo mostra, como uma tela, que a oceanografia permite ver melhor a beleza do mar. Quanto a nós, filósofos, políticos, administradores etc., não conseguimos tornar cultural a ciência contemporânea. Daí um afastamento, uma dilaceração dramática. "

Legal isso, não? Verne, ao popularizar a Ciência, tornou-a, talvez paradoxalmente a primeira vista, um bem cultural para seus leitores. Isso me faz lembrar a enorme quantidade de pessoas que se apresentam como geólogos, geógrafos, engenheiros, astrônomos, oceanógrafos etc e que se formaram nessas carreiras inspirados por leituras vernianas ... mais um ponto para o velho mestre que sabia como ninguém a importância da inteligência, da cultura, da ética e da firmeza de caráter para a personalidade do indivíduo.
Grande notícia, Fred!

Anónimo disse...

Enquanto não é lançado em Portugal, os nossos visitantes portugueses poderão adquirir esta obra no site:
http://www.librasil.de/shop/wbc.php?sid=1805c8ccfc&tpl=produktdetail.html&pid=58830&recno=1

Demora mais um bocadinho mas é mais barato pois vem da Europa.
O meu já vem a caminho;)
Depois dou a minha opinião sobre ele.